Pedro Henrique Martins
Foi realizado em Córrego do Bom Jesus, MG, o 1º Congresso Regional entre as Cidades do Sul de Minas, com o tema: Transplantes e doações de órgãos, no auditório Felizindo Finamor, na Associação Municipal de Artes, Esportes e Cultura – AMAEC. A organização do evento ficou por conta da Secretaria de Educação de Córrego e da Organização não Governamental – ONG “Doe Vida”.
O congresso teve como objetivo de conscientizar toda a população sobre a importância da doação de órgãos e desmistificar a questão dos transplantes. O evento começou às 8h00, com uma passeata dos alunos das redes municipal e estadual de ensino, onde levaram cartazes, distribuíram panfletos incentivando e orientando à população sobre a doação. No Brasil cerca de 70 mil pessoas aguardam por um transplante. O Sistema Único de Saúde – SUS- financia 92% dos transplantes realizados no país.
Diversas cidades marcaram presença no evento, com seus representantes de Secretaria de Educação e Saúde, de Cachoeira de Minas, Senador Amaral, Cambuí, e Córrego do Bom Jesus. Para Clodoaldo Antônio da Costa, 35, representante de ONG no estado de Minas Gerais e transplantado renal, “depois de tudo que passei, senti a necessidade de fazer algo pelo próximo, como uma forma de agradecimento também”. Clodoaldo, foi vítima de uma Insuficiência Renal Crônica -IRC - (onde os rins se tornam incapaz de realizar suas funções), há três anos. E há um ano e meio recebeu de sua mãe o rim. Clodoaldo teve que fazer hemodiálise (que é um tratamento onde todo o sangue é removido do paciente e devolvido, depois de filtrado e limpo das impurezas), três vezes por semana, quatro horas por dia, durante um ano e meio.
O evento foi considerado positivo pela Secretaria de Educação de Córrego.
Tire suas dúvidas sobre doação de órgãos:
1 - Como posso ser doador?
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.
2 - Que tipos de doador existem?
DOADOR VIVO: Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar uns dos rins, parte do pulmão e do fígado e da medula óssea. Pela lei, parentes até quarto grau e conjugues podem se doadores; não parentes, somente com autorização judicial.
DOADOR CADÁVER: São pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte-encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral – AVC. A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.
3 - Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.
4 - Para quem vão os órgãos?
Vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
5 - Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
Não existe dúvida quanto ao diagnóstico. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.
6 - Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.
Fonte: Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos - ABTO