quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Brasil e seus contrastes


Gabriela Melo Rosa

Ao analisarmos o Brasil como um todo, chegamos a conclusão de que não há possibilidade de fazê-lo, devido a nosso país não apresentar conjuntos harmônicos que permitem dizer “o Brasil está bem” ou “o Brasil está ruim”.
O quadro antagônico dominou a sociedade, onde destacaremos três aspectos: crescimento econômico, distribuição de renda e político.
Quanto ao crescimento econômico, nos últimos 12 anos, podemos classificar o Brasil como ruim em comparação com os demais países chamados emergentes, já que estivemos sempre no fim da fila em crescimento da economia, apesar de os políticos sempre apregoarem que “o país está maravilhoso”.
Distribuição de renda: a única distribuição efetiva que assistimos é o governo pagando sem uma contrapartida a mais de 8 milhões de pessoas as suas bolsas. Na realidade, não vemos as pessoas ganhando e produzindo mais, mas aumentando a renda porque mais pessoas na família estão empregadas, o que leva a um crescimento da demanda por permitir um maior endividamento das pessoas, com sérios riscos de inadimplência futura caso haja qualquer problema de empregabilidade.
No quesito político, acho que não temos nem país para comparar, tal o tamanho de seus problemas que, somente para exemplificar, são falta de ética; moral abaixo de raiz de mandioca; negociatas; desvios de recursos públicos; decisões e negociatas em troca de cargos e verbas; tudo o que se vê ao vivo na discussão da CMPF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
É claro que não podemos generalizar, pois, felizmente, ainda temos poucos, mas temos políticos com “P” maiúsculo, que cumprem de forma correta seu mandato, porém são a maioria.
Assim vamos vivendo, pois não temos outra opção. Quando um presidente vem a público dizer que se não aprovar a CPMF não terá recursos para investir em saúde e infra-estrutura, creio que estamos no fundo do poço, pois em nenhum momento o mesmo ou outro político qualquer colocou a alternativa de redução de gastos que não geram nada para o país, despesas inócuas que somente beneficiam os apaziguados do poder.
Temos ainda que ouvir que choque de gestão se dá por contratação de funcionários públicos e não pelo treinamento e capacitação dos que aí estão. Pelo menos é o que qualquer empresário na atividade privada faz nessas circunstancias, mas quem paga a conta somos nós, então, vamos contratar, e, se possível, nossos amigos e conhecidos, não os mais capacitados...
Esse é o nosso país, que os detentores do poder acham que está maravilhoso. Para eles, certamente, pois não precisam trabalhar para ganhar o dinheiro de cada dia, os cofres públicos pagam todas suas despesas sem qualquer exigência de retorno, capacidade ou produtividade.
Se for isto o que queremos, vamos votar neles novamente. Caso contrário, vamos tirá-los e devolvê-los para a vida privada, talvez alguns deles trabalham efetivamente, pois conhecemos alguns que nunca trabalharam na vida como nós, mortais.

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